ARTE NA VEIA
Como é importante saber de onde viemos, não é mesmo? Conhecer um pouco da biografia dos meus bisavós foi uma alegria e a certeza de que sou a continuidade dos meus antepassados.
Imigrantes Húngaros, meu bisavô Deszo, escultor e antiquário, veio ao Brasil em 1908 para trabalhar no projeto da fachada do Pavilhão da Brahma para as comemorações do centenário da Independência de 1922 e aqui, decidindo residir, casou-se com minha bisavó Rosemonda por procuração e ela imigrou trazendo seu tear na bagagem.
Minha bisavó era eximia tecelã, fazia tapetes e tapeçarias que foram a base do sustento da família. Além de falar cinco idiomas, ingressou na faculdade de medicina, mas após ver o primeiro cadáver, desistiu.
Aprendi a fazer tricô e crochê e tantas outras coisas com minha mãe Lucia, criativa em seu DNA, na sua adolescência desenhava e costurava seus vestidos com tecidos pintados por ela, e hoje é artista plástica.
Meu bisavô não era arquiteto de formação, mas construiu vários palacetes para vender, tinha um antiquário e desenhava e fabricava móveis no Rio de Janeiro.
Eu, como representante da terceira geração da família, meu primeiro ano foi na faculdade de matemática, mas, seguindo meu DNA artístico, me formei em arquitetura em 1989 e, desde aquela época, já entregava meus projetos pintados em aquarela. Depois de formada, vendi meu carro e fui morar na Itália, país dos meus bisavós paternos, o qual tenho uma ligação profunda e hoje sou cidadã. Lá, trabalhei no Laboratório Perusini de restauração de bens culturais, estagiei no escritório de arquitetura do Augusto Romano Burelli, e me especializei em Design del Mobile no Politécnico di Milano, experiencias que mudaram totalmente meu olhar para a vida, a arquitetura, a arte e o desenho.
Muitos anos se passaram dedicados à arquitetura e com projetos realizados em várias cidades do Brasil e também em Portugal, Nova York e Miami, em 2016, num momento profissional mais consolidado, retomei a pintura em aquarela e resolvi fazer um curso de tear no Estudio 56 aqui em São Paulo, atendendo a um profundo chamado de minha alma. [Somente após iniciar nessa técnica milenar, descobri que minha bisavó foi tecelã!]
Em 2018, sentindo que precisava expandir minha técnica, fui para a Carolina do Norte nos Estados Unidos e fiz uma imersão em Tapeçaria 3D na Penland School of Craft, onde aprendi a técnica em criar elementos orgânicos no tear com a professora @susaniversontapestry.
Com este aprendizado, conquistei a liberdade formal que tanto sonhava!
Aqui abaixo, mostro um pouco desta imersão nos USA, na maravilhosa Penland!
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